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Nu artístico é a designação dada à exposição do corpo de uma pessoa nua em diversos meios artísticos (pintura, escultura ou, mais recentemente, cine e fotografia). É considerado uma das classificações acadêmicas das obras de arte.
A nudez na arte refletiu pelo general os padrões sociais para a estética e a moralidade da época na que a obra foi realizada. Muitas culturas toleram a nudez na arte mais do que na vida real, com diferentes parâmetros sobre o que é aceitável. Assim, num museu no qual se mostram obras com nus, em geral não é aceita a nudez do visitante. Como gênero, o nu é um tema complexo de abordar pelas suas múltiplas variantes, tanto formais quanto estéticas e iconográficas, e há historiadores da arte que o consideram o tema mais importante da história da arte ocidental.nota 1
O estudo e representação artística do corpo humano foi uma constante em toda a história da arte, da pré-história (Vênus de Willendorf) até a atualidade. O corpo proporciona prazeres e dores, tristeza e alegria, e é um companheiro presente em todas as facetas da vida, com o qual o ser humano transita pelo mundo, e pelo qual sente a necessidade de indagar no seu conhecimento, nos seus pormenores, no seu aspecto tanto físico como recipiente do seu “eu interior”. Da sua faceta mais mundana, relacionada ao erotismo, até a mais espiritual, como ideal de beleza, o nu foi um tema recorrente na produção artística praticamente em todas as culturas que se sucederam no mundo ao longo do tempo.
Atualmente, o nu artístico é amplamente aceite pela sociedade - pelo menos no âmbito ocidental-, e a sua presença cada vez maior em meios de comunicação, cine, fotografia, publicidade e outros mídia, converteu-o num elemento icônico mais do panorama cultural visual do homem e da mulher atual, embora para algumas pessoas ou alguns círculos sociais continue sendo tabu, devido a convencionalismos sociais e educacionais, gerando um preconceito para a nudez, que é conhecido como “gimnofóbia” ou “nudofóbia”.3
O nu teve desde a Grécia Antiga um marcado componente idealizador, pelo general representou-se mais desde o Idealismo que desde a imitação naturalista, procurando na forma humana um ideal de perfeição que transcendesse a matéria para evocar a alma, a pureza da união entre corpo e espírito. Assim, os artistas gregos, mais do que imitar o corpo humano, aperfeiçoavam-no. Em palavras de Aristóteles: “a arte completa o que a natureza não pode terminar. Pelo artista conhecemos os objetivos inatingidos da natureza”.5 Assim, no nu o espectador aprecia erros que não são tais, senão são julgamentos de gosto, reflexões estéticas que derivam de um conceito de beleza ideal inerente a qualquer pessoa. De tal maneira que é impossível estabelecer critérios gerais pelos quais qualquer um nu seja belo para todo o mundo, e alguns autores tentaram —sem sucesso— estabelecer uma “forma média”, baseada nas proporções mais habituais, que, porém não chega a satisfazer ao espectador, pois que a beleza é algo abstrato, incomensurável, utópico, e portanto de difícil realização prática.6
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